Cultura

SOEIRO PEREIRA GOMES

Joaquim Soeiro Pereira Gomes (Baião, Gestaçô, 14 de abril de 1909 - Lisboa, 5 de dezembro de 1949) foi um escritor português neorrealista, militante comunista e resistente antifascista, assim como dirigente do Partido Comunista Português

Soeiro nasceu na Freguesia de Gestaçô, Concelho de Baião, Distrito do Porto, filho de Alexandre Pereira Gomes e da sua mulher Celestina Soeiro. Nasceu na casa da tia-avó Leopoldina da Costa, que desempenhava o cargo de chefe dos telefones e era também parteira naquela localidade. A sua irmã Maria Alice Pereira Gomes casou com Adolfo Casais Monteiro, ambos também escritores.

Viveu em Espinho, dos 6 aos 10 anos, onde recebeu a instrução primária e onde passou o verão nos primeiros anos da sua vida.

Sendo filho de agricultores decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola, e, quando finalizou os estudos, viajou para Angola onde trabalhou por mais de um ano.

Casou em Coimbra, a 25 de maio de 1931, com Manuela Câncio dos Reis (1910 - 2011).

Quando regressou a Portugal, foi habitar em Alhandra, onde vivia o seu sogro, Francisco Filipe dos Reis, como empregado administrativo na fábrica de cimentos local, onde começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.

Mas foi o seu trabalho como escritor que o tornou conhecido, sendo considerado um nome grande do Realismo Socialista em Portugal. Aos 30 anos, em 1939, começou a publicar escritos seus no jornal «O Diabo», à época uma publicação progressista que contrastava no panorama cinzento das publicações censuradas pelo fascismo.

Entre os seus trabalhos conta-se a obra Esteiros, publicada em 1941, considerada a sua obra-prima, ilustrada, na sua primeira edição, por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.

Devido à condição de militante comunista, Soeiro passa à clandestinidade em 1945 para evitar a repressão do regime de Salazar e continua a desenvolver o seu trabalho militante. Grande fumador acaba por ser vítima de cancro pulmonar (e não de tuberculose), agravado pelas dificuldades da vida clandestina. Impedido, pela clandestinidade, de receber o tratamento médico que necessitava faleceu a 5 de dezembro de 1949.

Encontra-se sepultado em Espinho, terra que o acolheu durante a infância. Da sua sepultura consta o seguinte epitáfio "A TUA LUTA FOI DÁDIVA TOTAL".

Texto Wikipédia.

Obras literárias

  • Esteiros (publicado em 1941)
  • Engrenagem (publicado em 1951)
  • Contos Vermelhos
    • Refúgio perdido (escrito em 1948)
    • O pio dos mochos (escrito em 1945)
    • Mais um herói (escrito em 1949)
  • Outro Contos
    • O capataz (escrito em 1935)
    • O Pástiure (publicado em 1940)
    • Coisas Quase Inacreditáveis (publicado em 1942)
    • Estrada do meu destino (sem data)
    • Um caso sem importância (publicado em 1950)
  • Crónicas
    • As crianças da minha rua (publicado, sem título, em 1939)
    • O meu vizinho do lado (publicado, sem título, em 1939)
    • Pesadelo (escrito em 1940)
    • Companheiros de um dia (publicado, sem título, em 1940)
    • Alguém (publicado em 1942)
    • Breve história de um sábio (escrito em 1943)
  • Última carta (sem data)

Documentos políticos

  • Praça de Jorna (escrito em 1946)

RANCHO FOLCLÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DE DANÇAS E CANTARES DE GESTAÇÔ

O Rancho Folclórico da Associação de Danças e Cantares de Gestaçô, já possui alguns anos de existência e é composto, em grande parte, pelas pessoas que iniciaram as atividades de Folclore nesta freguesia, em 1971.

Passados alguns anos, este grupo que inicialmente era conhecido como Rancho de Quintela, une-se á Casa do Povo. Mas como esta não prestava o apoio necessário ao grupo, a sua rutura foi inevitável. Mais tarde o Rancho iniciou um novo ciclo de vida ligado a uma outra associação, mas após alguns anos, O Rancho Folclórico da Associação de Danças e Cantares de Gestaçô, viu-se novamente forçado a parar a sua atividade, devido á mudança de direção da associação com que se tinha ligado. Mas os elementos que fundaram o Grupo de Folclore, não cruzaram os braços e convidaram a direção da Associação Danças e Cantares de Gestaçô a dar continuidade a este grupo, com o intuito de não deixar morrer toda a tradição desta freguesia.

Atualmente sediada no Lugar do Candeiro desta freguesia, o grupo é composto por cerca de 50 elementos, sendo a Tocata composta por concertinas, bombo, ferrinhos, reque-reque, violas, pandeireta e violino. Também mostra os trajes da sua região, que se situa entre o Douro e o Minho.

Atualmente, o Rancho Folclórico da Associação de Danças e Cantares de Gestaçô, tem no seu portefólio músicas próprias que retratam toda a tradição, riqueza humana e cultural do povo de Gestaçô e que tornam digno o nome do concelho de Baião.